Soneto
Shaiane Bandeira
No dia dezenove de um mês seis
na noite mais escura, fria inquieta
morria aqui em Pelotas o, talvez,
mais nobre e mais etéreo dos poetas.
Assim como se vão os fortes reis,
que lutam pela força de suas metas,
também partiu o amigo que nos fez
um mundo de poesias mais completas.
Porém, mesmo ao partir, o seu legado
perdura aqui qualmarmore talhado,
tesouro que se guarda, pois se gosta.
Ai! Versos mais bonitos, não, não há!
Desculpem-me quem canta o sabiá,
mas eu prefiro o rei Lobo da Costa.
Haicai
Felipe Avila
"Do galho
da cerejeira
Cai uma Flor
Lobo vive"
Tributo a um Injustiçado
Carlos Eugênio Costa da Silva
Talvez os
ventos que sopram
varrendo as
ânsias da noite,
sejam os mesmos
que outrora
sopravam neste
lugar.
Ventos frios
qual tristeza
esmagando a
beleza
de uma noite de luar.
Quiçá as ruas
vazias
pelos
rigores do iverno,
traduzam um
sentimento
de dolorosa
saudade.
Quando a
decepção
sangrava um
coração
pulsando com
ansiedade.
Talvez até
sejam os mesmos
os olhares de desprezo
que como
facas afiadas
dilaceravam
uma alma.
Talvez seja
só talvez,
pois o mal
que o mal fez
tirou de
uma vida a calma.
Mas
sopram “Auras do Sul”
trazendo “Lucubrações”,
existem
“Flores do Campo”
e
“Rosas Pálidas” no jardim,
para
aquele Vate das Letras
que
encontrou numa valeta
o início de seu fim.
Descansa LOBO DA COSTA
pois
germinarão nas ruas
as
sementes que cobriste
de inspiração e esperança.
Quando
entoarmos teus versos
reviverá no universo
a tua
imortal lembrança.
Lobo da Costa, descansa.